segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Entrevista
O Drama de um pai e filho,que lutam juntos para sair das drogas.
" Eu era empresário bem-sucedido na cidade...,Comecei como a maioria começa, com a bebida, depois com um cigarro de maconha,...Aí eu conheci o crack. Quando eu conheci o crack foi o fim de tudo...".
Essa entrevista foi realizada,na instituição MATA que busca trabalhar a problemática das drogas e do álcool, através de tratamento com internação.
A entrevista conta o drama de um ex-empresário,que começou com uso de drogas licitas,até chegar ao uso do crack.Seu filho de 17 anos de idade,também é usuário de drogas,ambos internados nessa mesma clínica.
Entrevista:
Com Georlando de 40 anos anos de idade(paciente)
Entrevistador: Georlando, o que te trouxe até aqui? Conta um pouco a sua história.
Georlando: Eu vim por causa do desejo de parar de usar droga. Eu tenho 17 anos de adicção, eu estava no fundo do poço, perdi tudo. As únicas coisas que eu não perdi foram minha esposa, minha casa e meu filho... que está internado aqui comigo. Isso é o mais doído, ele ter vindo comigo, com apenas 17 anos.
Comecei como a maioria começa, com a bebida, depois com um cigarro de maconha. Aí veio a cocaína, fiquei muitos anos usando cocaína, até perder a cartilagem do nariz, até o médico dizer que não podia mais usar cocaína, porque não teria mais como colocar platina. Aí eu conheci o crack. Quando eu conheci o crack foi o fim de tudo, foi o fim de todo sucesso que tive na minha vida. Perdi quase todos meus dentes. Mas o principal foi a perda do meu respeito, do meu caráter, da minha honra e minha honestidade. Isso aí foi o pior, é o que dói mais. Quando eu fui contar pro meu filho, ele me falou que já tinha experimentado. Pra mim isso foi o motivo fundamental de estar junto com ele, me esconder por trás dele, um manipulando o outro, chegou a um ponto que não havia mais para onde recorrer. Eu era empresário bem-sucedido na cidade, reconhecido por todos e respeitado por todos, mas eu me escondia por atrás de uma gravata, por trás do dinheiro. Quando, então, caiu a casa e eu não tinha mais como me esconder da minha família nem de ninguém, eu vim parar aqui, procurei ajuda, né. Eu estou aqui pra reformular essa vida aí.
Entrevistador: Você se sente culpado por seu filho estar nessa vida também?

Georlando: Não. Quer dizer, me sinto culpado em termos. Se for para se culpar, não; porque ele já estava usando. Pelo contrário, eu achei foi bom quando ele falou pra mim que estava na adicção, porque nós dois não tínhamos mais nada o que esconder...
Entrevistador: ...ele sabia que você era usuário?
Georlando: Não, não sabia. Eu que cheguei para ele e perguntei se ele soubesse que o pai dele era dependente químico, o que ele achava, ele disse “não dá nada, não vai deixar de ser meu pai”. Eu tava então com 50 gramas de cocaína ‘da boa’, botei em cima da mesa, mostrei pra ele e disse, “não vou te oferecer, mas se você quiser... – é lógico que eu estava oferecendo! Aí, quando saímos da cocaína, fomos usar o crack. Daí ficamos uns quatro cinco anos no crack, ainda. Nesses quatro, cinco anos, o mais difícil era o respeito, o mais doído. Em compensação, nunca roubei nada de ninguém, a não ser de mim mesmo. Até quando meu terapeuta falou que eu era ladrão e deu vontade de dar um murro na cara dele, porque ele me chamou de ladrão, aí ele me provou que eu era ladrão: roubei da minha família, deixei faltar as coisas dentro de casa, e hoje eu sei o que é essa parada aí, o que é ser ladrão. Roubei a minha liberdade, em primeiro lugar, depois minha família – que é quem mais sofre. O mais sofrido sou eu, mas não deixo de levar eles junto.
Entrevistador: E o que mudou depois que você entrou aqui na instituição?
Georlando: Mudou meu jeito de pensar, de agir, de falar, de conversar: ter respeito, ter honestidade. Aprendi a conhecer o meu problema, a me reconhecer O fator dessa doença da adição, até então eu não conhecia, né? A reformular a minha vida, uma nova maneira de viver. Aqui eu estou começando minha vida, mudando em primeiro lugar os hábitos. É tudo de bom pra mim.
Entrevistador: Você se acha curado, liberto?
Georlando: Não estou curado porque [a adição] não tem cura. Essa aí eu vou ter de carregar, mas vou ter ferramentas pra lidar com ela, ferramentas para falar o “não”, para evitar hábitos, lugares e pessoas. Reconhecer que eu sou impotente perante ela, reconhecer que eu ‘não dou conta dela’, reconhecer que se eu der a primeira ‘paulada’ vai tudo embora. Então hoje estou ciente disso aí, que eu não posso nem cheirar nem ver [a droga].
Entrevistador: Aqui, por enquanto você não tem contato direto com a sociedade, mas você já se imaginou quando voltar pra sociedade...
Georlando: ...eu já tive, já saí, na saída terapêutica*, inclusive tive provações [na primeira saída terapêutica] - o traficante esteve no meu escritório, eu estava lá, eu realmente ‘balancei’; assim, meu coração tremeu, e como eles falam aqui: passa um período de fraqueza, passa um tempo e você fica com medo e, como eles ensinam a como lidar com isso aí, eu pus em prática o que eles me ensinaram. Na segunda saída (inclusive dessa vez o terapeuta foi para minha casa, de visita), e o traficante passou na porta de casa, abriu a mão e me mostrou três papelotes e eu não senti nada. Não é porque eu não senti nada que não vou usar. Se eu permitir isso acontecer de novo, eu tenho uma chance de voltar. Porque não sou eu que falo, é a experiência dos companheiros que têm mais tempo ‘limpos’ do uso da substância. Então eu não quero testar, porque eu sei evitar uma ou duas vezes, na terceira eu não sei como é que faz. Eu não senti nada não sei por quê? Talvez porque estivesse irmanado, estava com meu filho, estava com meu companheiro terapeuta, mas mesmo assim...
Não é que eu esteja livre, mas sei como evitar. Em primeiro lugar é não me esquecer de onde eu vim – fundo do poço, realmente – e eu tenho que pôr isso em prática, tenho que ter o medo, o medo da droga me faz bem – antigamente eu não tinha.
Entrevistador: O que te mantém motivado para mudar de vida?
Georlando: O desejo de ficar limpo, o desejo de reconstituir minha vida, [fazer] as reparações [com as pessoas]; o desejo de voltar ao mercado. Um desejo realmente dessa reformulação. Porque eu fazia as coisas ‘doidão’, e descobri que eu posso fazer as mesmas coisas sem o uso de substâncias, entendeu? E o mais importante: sabendo o que eu estou fazendo, sem crítica, nem nada.
Entrevistador: Você acha que estando internado com seu filho, quando vocês saírem, um pode dar força para o outro, ou os dois podem cair juntos? Como você acha que vai ser o relacionamento de vocês?
Georlando: Eu, no começo [do tratamento] pensei que se um caísse o outro cairia, porque nós já fizemos uma experiência, eu fiquei um tempo ‘limpo’ e ele continuou. Como nós estávamos no mesmo lugar, eu terminei recaindo. Mas hoje não, hoje eu vejo o que quero pra mim. Eu não tinha um filho, eu tinha um amigo; hoje eu tenho um filho. Eu creio que se ele recair é problema dele. Vou estar ao lado dele, não pra usar, mas pra se ele pedir socorro eu ajudá-lo, acompanhá-lo ao NA. Assim eu creio. Não posso falar da recuperação dele, mas da minha eu posso. Só por hoje, pode acontecer o que for e eu não vou usar e nem saio da casa. E hoje eu tive uma provação, hoje meu pai faleceu e então eu tenho mil e um motivos pra sair da casa, porque pelas normas, em caso de doença... se eu quisesse ir para casa, ficar com minha esposa, se eu quisesse ir pra Fortaleza e ficar com meu pai - que está sendo velado - eu poderia, né? E hoje eu agradeci a Deus por estar aqui, e não estar lá fora, na hora em que ele faleceu, porque eu não sei o que ia ser...
Entrevistador: ...e seu pai sabia que você usava drogas?
Georlando: Não. Nem meu pai, nem minha mãe. Ele morreu sem saber. Nossa família é de lá [Fortaleza] e meus irmãos não deixam eles saberem.
Entrevistador: Quando você voltar, ‘limpo’, você pretende contar pra sua mãe, ou prefere que fique ‘abafado’?
Georlando: Não... meus irmãos, todos, sabem. Só meu pai e minha mãe não sabem. Por mim, eu contaria, mas como a família me pediu para que minha mãe ficasse sem saber - mesmo porque seria uma decepção muito grande pra ela - não pretendo contar.
Entrevistador: E como você descobriu a instituição?
Georlando: Na verdade, não foi essa instituição que eu escolhi. A minha irmã mora aqui em Brasília e ela levou um rapaz lá [em Trindade-GO, pra nos pegar e levar a uma instituição evangélica de um ano [de tratamento]. Só que eu não quis ir, eu estava ainda no auge da adicção. Daí uns três ou quatro meses, eu vi que não dava conta e liguei pra ela e pedi socorro. Então fui pro César (vice-presidente da MATA), sem saber que viria para cá. Eles iam separar-nos, eu e o Mateus, um ia para um canto e o outro para outro, e eu disse não, que não iria dar certo nos separar. O terapeuta disse então que podia colocar pai e filho juntos e que não ‘daria nada’. Ele arriscou, né? E até hoje eu creio que não decepcionei, nem eu nem meu filho. Ele tem os problemas dele e eu tenho os meus, mas estamos juntos. É difícil pra um pai ver um filho discutir, eu não tenho muito saco, porque tem muitas discussões, aqui só tem maluco, né? Eu deixo os problemas dele sempre pros terapeutas resolverem. Dói, mas é meu tratamento. Quando eles falaram que o tratamento é individual, eu [descobri que] não posso cuidar do tratamento dele, se não eu deixaria ele (...), aqui dentro é cada um por si, na recuperação, eu acho que [a MATA] tem uma orientação boa. Quando a gente entrou aqui, eu comecei a lavar as roupas dele, ia com ele na enxada - que é a laborterapia -, coisas simples, e eu disse: “deixa ele no meu lugar e eu vou”. No começo era assim. Depois eu fui enxergando, foram me orientando e estamos aí, só por hoje.
Entrevistador: Se você tivesse que deixar uma mensagem pra todas as pessoas que têm problema com drogas, o que você diria?
Georlando: Procure socorro o mais rápido possível, que funciona E a irmandade do NA funciona mesmo. Que não fique no desespero, porque tem solução, nos ensinam a viver de outra maneira. Quanto mais demorar, mais difícil vai ser pra sair. Quanto mais rápido vier... porque aqui nós falamos palavras de reconforto, amor, paz, respeito - o que é o mais importante. Eu queria dizer era isso: procurar ajuda o mais rápido possível, não deixar a coisa se agravar até ser preso ou morto. Ou é cadeia, ou é caixão ou é (?). É responsabilidade, que se (?)
Entrevistador: Aqui dentro você se considera uma pessoa feliz?
Georlando: No momento, sim. Sou muito feliz. Porque eu pensava que era feliz, da minha maneira, Eu tinha minha esposa, tinha meu emprego, tinha meu carro, tinha as pessoas em minha volta, mas isso era simplesmente uma máscara. Então eu não era feliz, porque estava enganando todo mundo, não estava nem me enganando, que eu não posso me enganar. Na realidade, ou você é ou você cai. E eu sou realmente dependente químico. Então eu me considero uma pessoa feliz, tão feliz que, mesmo com o fato que aconteceu hoje, o falecimento do meu pai, estou feliz por estar aqui. Porque se estivesse lá fora, eu não sei o que poderia acontecer. Aqui dentro eu sei: é minha recuperação.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009


Adolescente é morto pela polícia dentro de casa

A tragédia numa família de Minas Gerais. Um rapaz de 29 anos, com várias internações em clínicas para recuperação de drogados, foi morto com doze tiros depois de esfaquear um PM.
A polícia foi chamada pelo pai do rapaz, um policial reformado. A briga entre o dependente de drogas e a polícia foi na casa da família.
Os problemas na casa eram antigos. Segundo os vizinhos, sempre que consumia droga, Bruno Nascimento Guimarães, ficava bastante agressivo.
“Brigava, teve uma época que ele batia na mãe querendo dinheiro para comprar droga, toda manhã, toda madrugada era essa bagunça”, conta Solange da Silva, vizinha.
Bruno já foi internado seis vezes em clínicas de recuperação, a última, no ano passado. Mas ele nunca conseguiu abandonar o vício. Cansados de ajudar, o pai e uma das tias tomaram uma decisão difícil e chamaram a polícia.
Quando chegaram na casa, que fica na região leste de Belo Horizonte, três policiais encontraram Bruno e dois amigos usando cocaína e crack.
De acordo com o boletim de ocorrência, os PMs tentaram negociar, mas foram ameaçados pelo rapaz com uma faca.
“Eu efetuei os dois disparos de borracha, não surtiram efeito e ele continuou a tentar esfaquear o militar”, declara o sargento Ramos, polícia militar.
Bruno avançou em direção a um soldado. O PM recuou e caiu. Segundo a polícia, nesse momento o rapaz esfaqueou o agente, que revidou com 12 tiros. Bruno morreu a caminho do hospital.
“A gente sabe que foi feita a quantidade de tiros necessários para cessar a conduta do agente”, conta outro militar.
Os amigos da vítima foram detidos e confirmaram que usavam drogas no momento Assista no vídeo a entrevista com o psiquiatra Marcelo Niel do Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes da Universidade Federal de São Paulo.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Charge


Resenha

O uso de crack entre crianças e adolescentes

O uso de crack entre crianças e adolescentes tem aumentado de forma relevante nestes últimos anos. Devido ao seu baixo custo vem atingindo principalmente as crianças de classes sociais de baixa renda e moradoras de ruas. O site PFDC (Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão) publicou no dia 4 de outubro deste ano, uma reportagem do jornal O GLOBO, que afirma que entre meninos de ruas, 80% já fumaram crack. No Rio de Janeiro por exemplo, existem cerca de 750 crianças que vivem nas ruas e o que os levam a um uso precoce da droga. Desde 2005 o número de usuários só vem aumentando até o ano passado, de 13% para 69% , segundo o site. Outro dado importante é que houve um aumento de usuários pertencentes á classe média, uma droga antes estereotipada a pessoas pobres e moradores de ruas, vem também atingindo lares de outras classes sociais. Dados baseados em informações dos números de internações em clínicas especializadas mostram que cerca de 40% dos usuários são de classe média, afirma a psiquiatra Analice Gigliotti, presidente da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e Outras Drogas (Abead) e chefe do Setor de Dependência Química da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro.
Além do aumento do consumo de crack entre crianças e adolescentes, aumentou também o uso desses jovens para o tráfico, colocando suas vidas em mais situações de riscos.
O uso de crack também está associado à exploração sexual de crianças de muitas maneiras, algumas assustadoras, Carlos Augusto, subsecretário de Proteção Especial da Secretaria de Assistência Social), disse já ter visto casos como o de um menino de 9 anos prostituído pelos traficantes, que andava travestido e é soropositivo. Também o caso de uma menina resgatada que tinha uma infecção vaginal em estado avançado.
A situação de vida dos menores envolvidos no tráfico e no consumo do crack é muito diferente daquela dos meninos e meninas que cheiravam cola e thinner nas ruas, alertou o subsecretário. "O crack é devastador, como bem definiu o secretário municipal de Assistência Social, Fernando William".
Diversas instituições demonstram preocupação, a este desenfreado crescimento do uso do crack. Ainda sobre a publicação do jornal O globo no site do PFDC, a prefeitura do Rio anunciou um dia antes desta publicação, um plano de ação contra o uso do crack juntamente com os secretários da saúde e da educação, anunciando a criação de três centros de atendimentos para o tratamento de crianças e adolescentes usuários do crack. Ainda no rio, estão sendo implementados projetos como o de Sandra, uma das organizadoras das Oficinas de Sensibilização para Práticas de Redução de Danos : "Ao invés de simplesmente recolher das ruas ou punir, vamos ajudar um usuário de crack a cuidar dos dentes, a fazer uma pipa e evitar o uso de latinhas que liberam substâncias tóxicas. O sucesso nestas pequenas iniciativas pode levar o usuário de crack a repensar a sua relação com o corpo, a valorizar o contato com pessoas de fora de seu círculo imediato, e eventualmente, pensar até em substituir o crack por uma droga mais leve", argumenta Sandra. Esses são alguns exemplos de iniciativas tomadas, para a recuperação de usuários adictos do crack que atinge crianças e jovens da maioria dos estados brasileiros.

Fonte:

http://oglobo.globo.com/rio/mat/2009/11/03/entre-meninos-de-rua-80-ja-fumam-crack-914592776.asp
http://www.uniad.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=2057:guerra-ao-crack-mobiliza-prefeitura-ongs-e-lideres-comunitarios-no-rio&catid=29:dependencia-quimica-noticias&Itemid=94
http://www.antonioviana.com.br/2009/site/ver_noticia.php?id=60931
Consumo de crack entre crianças provoca sofrimento em família

O vídeo exibe uma matéria do programa fantástico,mostrando o drama de usuários de crack,e como isso pode mudar toda a estrutura de uma familia.


Consumo de Crack aumenta em brasília:"O tráfico e o consumo das pedras em Brasília chegaram ao ponto de transformar áreas da Ceilândia em cracolândias parecidas às de São Paulo"...

As apreensões de drogas realizadas pela polícia nos últimos três anos revelam uma mudança de cenário na capital do país. Apesar de a maconha, a cocaína e a merla continuarem como as substâncias que mais circulam no Distrito Federal, o crack ganha espaço entre usuários e traficantes a cada mês. O consumo do entorpecente, derivado do pó branco e de alto poder de destruição, se espalha pelas ruas das cidades brasilienses. Pode ser visto a qualquer hora do dia nas áreas mais centrais do Plano Piloto e, mais recentemente, em pelo menos três pontos de Ceilândia.
Dados da Polícia Civil do Distrito Federal mostram o avanço do crack no DF. Houve o recolhimento de 0,5kg da droga em 2007, 4,3kg em 2008 e 2,7 kg entre janeiro e maio deste ano (veja quadro). Só o levantamento dos primeiros cinco meses supera a metade do total apreendido por policiais civis e militares no ano passado. Maconha e cocaína se mantêm na média nos três últimos anos. Mas fica evidente a diminuição da preferência pela merla, outra substância derivada da cocaína e criada em Ceilândia nos anos 1980. O crack vicia ao experimentar.

O tráfico e o consumo das pedras em Brasília chegaram ao ponto de transformar áreas da Ceilândia em cracolândias parecidas às de São Paulo. Nas QNNs 3, 11 e 13, em Ceilândia Norte, a cena de dezenas de jovens a fumar crack se tornou parte da paisagem urbana. O Correio acompanhou a rotina dos grupos na última quinta-feira. O movimento começou no início da tarde e foi até as primeiras horas da manhã do dia seguinte. Às 14h, 18 homens e duas mulheres consumiam a droga livremente. Os frequentadores carregavam o próprio cachimbo. Quem não tinha, improvisava com latinha de alumínio.

Ao lado dos trilhos

Na nova cracolândia brasiliense, usuários e traficantes dividem o mesmo espaço. Enquanto a maioria dos viciados se reúne próximo aos trilhos do Metrô-DF, uma jovem se encarrega de abastecer consumidores em trânsito. A reportagem acompanhou o momento em que a moça de blusa preta e saia verde deixou a porta de uma casa e se aproximou de uma Saveiro para garantir a entrega do entorpecente. Um carro da Polícia Militar passou pelo local no momento do negócio, mas não interrompeu a transação. Logo em seguida, a mesma garota se juntou ao grupo maior.

A movimentação diária no lugar incomoda e atrapalha a vizinhança. Da janela de um apartamento próximo dali, uma moradora se assusta com o que vê todos os dias. Teme que a violência se aproxime da família dela. "É muito complicado morar aqui. De um tempo para cá, quando chegou esse tal de crack, a situação piorou. Estou de mudança para Águas Claras", avisou a dona de casa, de 49 anos. A entrevista acabou interrompida por conta de uma briga na cracolândia. Alguns homens expulsaram outro a pontapés e pauladas.

Além do ponto de drogas perto do trilho do metrô, há pelo menos outros dois parecidos na região. Um deles fica no ginásio poliesportivo de Ceilândia, onde também se abriga Rosália Maria de Jesus, 38. "Eu usei maconha, cocaína e agora uso pedra. Quero sair dessa, mas não consigo", contou a mulher, que abandonou os três filhos por causa do vício. A Polícia Militar reconheceu a dificuldade para o combate ao tráfico nos três locais. "O traficante se mistura ao usuário. Quando a gente pega, tem pouca quantidade", afirmou o comandante do 8ª BPM (Ceilândia), tenente-coronel Adauto Amorim.

Fonte:
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2009/07/27/cidades,i=129847/CONSUMO+DE+CRACK+AVANCA+EM+BRASILIA.shtml
Uso de crack aumenta entre classe média e crianças

Embalados pela fumaça do crack, que invadiu as favelas do Rio, traficantes e consumidores estão deixando um rastro de tragédias sem precedentes. Especialistas alertam que jovens e crianças estão morrendo cada vez mais por causa dos efeitos devastadores da droga, em confrontos com policiais ou executados a mando de líderes do tráfico, que perdem o controle da distribuição e amargam prejuízos milionários. No Rio, o consumo, antes restrito a jovens de baixa renda, já atinge garotos de classe média.
Preocupados, membros do Conselho Estadual Antidrogas (Cead) iniciaram, pela primeira vez, um estudo dos impactos que o crack, fumado em cachimbos ou injetado, está provocando. "Estatísticas disponíveis não traduzem a realidade. Precisamos de dados concretos para ações preventivas imediatas", afirma Jorge Alves, 45 anos, diretor da Associação Carioca de Redutores de Danos, que integra o conselho.

De acordo com Alves, agentes da ACRD, ONG voltada para a prevenção de doenças contagiosas como aids e hepatite, já convivem com o "caos instalado pelo crack". "Visitamos cerca de 50 usuários, dos quais 10% são crianças entre 6 e 8 anos e 80%, jovens da classe média. Estão morrendo", lamenta, lembrando que metade dos dependentes perde a vida em curto prazo e 70% não querem ou não conseguem se livrar do vício.

A escalada da violência é confirmada por agentes da 25ª DP (Engenho Novo). Na Favela do Jacarezinho, onde 30% das bocas-de-fumo vendem a droga, mais de 2 mil pedras do entorpecente foram apreendidas nos últimos seis meses - 600% a mais em comparação com 2006. Este ano, pelo menos 10 jovens teriam sido executados na região por causa de dívidas com traficantes.

"São jovens de 15 a 20 anos, que nunca tiveram passagem pela polícia", diz o chefe de Investigações da 25ª DP, João Luiz Martins.

Na 17ª DP (São Cristóvão), policiais apreenderam recentemente, também no Jacarezinho, junto com 50 pedras de crack, um cachimbo de metal feito por torneiro mecânico. "O mimo, encomendado por um viciado da classe média para 'tirar onda', foi abandonado numa viela da favela, durante uma incursão", explica o chefe de operações da delegacia, inspetor Marco Antônio Carvalho. Das 81 prisões efetuadas por policiais da 25ª DP desde janeiro, 80% tinham ligação com o tráfico.

O endividamento do tráfico por causa do crack também é uma realidade, segundo a polícia, principalmente onde a droga é vendida em larga escala, como nas favelas do Jacarezinho, Mangueira e Manguinhos. Mesmo sendo uma droga três vezes mais barata que a cocaína, a maior parte dos usuários acaba "pendurando" pequenas dívidas, que, somadas, viram uma bola de neve. Especula-se que só a quadrilha da Mangueira estaria com um rombo de cerca de R$ 1 milhão. "Os usuários ficam loucos ou morrem executados ou por comprometimento da saúde. E morto não paga dívida", comenta Carvalho.

O uso de crianças por traficantes também assusta. "Muitas acabam se viciando. Sem dinheiro para sustentar a dependência, vão para as ruas assaltar e acabam morrendo, seja em confrontos com a polícia ou a mando de traficantes rivais", comenta o delegado da 22ª Delegacia de Polícia (Penha), Alcides Iantorno.

Na semana passada, um menino de 13 anos foi apreendido por policiais do 22º BPM (Maré) na Favela Mandela 3, em Manguinhos, na Zona Norte, com uma pedra de crack de 1,1 kg, três bolas de haxixe e 35 frascos de cheirinho-da-loló na mochila. "Nos surpreendemos ao abordar o franzino garoto numa boca-de-fumo", contou o cabo Cláudio Santos, que chegou a trocar tiros com bandidos que davam cobertura ao menor.

Parada cardíaca
O crack, cuja pedra é vendida, em média, a R$ 5, é a mistura de cocaína e bicarbonato de sódio ou amônia, resultando em grãos. A palavra crack surgiu do som produzido pela droga aquecida. O crack começou a se expandir na década de 80. De acordo com especialistas, bastam algumas pedras para que o usuário se vicie.

"Sua rápida ação sobre o sistema nervoso central debilita o organismo em poucos meses", alerta Maria Thereza Aquino, diretora do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Atenção ao Uso de Drogas (Nepad) da Uerj. Dos cerca de 100 usuários em tratamento no Nepad, 20% são viciados em crack. Há seis anos, era apenas um caso.

A droga é poderosa e com alto poder de causar dependência. Ao ser acendido o cachimbo, em poucos segundos o usuário sente a 'onda' - sensação de poder, euforia e empolgação -, que dura em torno de cinco minutos. Depois, vem a depressão profunda. A aceleração dos batimentos do coração pode provocar parada cardíaca. O uso do crack também causa aumento da pressão arterial, dilatação das pupilas, suor intenso e tremores.

Ponte aérea do mal
Tipicamente paulista, o crack começou a chegar em maior escala ao Rio por diversos fatores. Um deles é a revitalização iniciada pela Prefeitura de São Paulo no bairro Santa Efigênia, na região conhecida como Cracolândia. Com a redução de consumidores na localidade, os laboratórios do tráfico começaram a enviar mais droga para o Rio. A união das facções criminosas Comando Vermelho (CV), do Rio, e Primeiro Comando da Capital (PCC), de São Paulo, também facilitou a invasão de crack nas favelas cariocas. O CV autorizou o PCC a explorar pontos de drogas e o PCC, por sua vez, começou a negociar a compra de armas para o CV.

A principal rota é a Via Dutra. Balanço de apreensões da Polícia Rodoviária Federal (PRF) comprova os expressivos carregamentos. Em 2005, a PRF não apreendeu sequer uma pedra de crack ao longo da Via Dutra. Em 2006, foram 8 quilos. Este ano, já chegou a 65 quilos.

Fonte:

http://noticias.terra.com.br/brasil/interna/0,,OI2083499-EI306,00.html

sábado, 21 de novembro de 2009


O que e o crack?

O crack deriva da planta de coca, é resultante da mistura de cocaína, bicarbonato de sódio ou amônia e água destilada, resultando em grãos que são fumados em cachimbos.
O surgimento do crack se deu no início da década de 80, o que possibilitou seu fumo foi à criação da base de coca batizada como livre.

O consumo do crack é maior que o da cocaína, pois é mais barato e seus efeitos duram menos. Por ser estimulante, ocasiona dependência física e, posteriormente, a morte por sua terrível ação sobre o sistema nervoso central e cardíaco.

Quais as conseqüências do uso do crack?

O uso do crack pode afetar todas as funções vitais do nosso corpo:
O dependente de crack chega a passar dois ou três dias sem dormir e comer. Perde peso e massa muscular.
Afeta os pulmões causando tosse, falta de ar e dores fortes no peito, pelo fato da fumaça do crack gerar lesões nos pulmões, o que deixa os usuários mais vulneráveis a doenças como pneumonia e tuberculose.
O coração também e afetado: a liberação de dopamina faz o usuário de crack ficar mais agitado, o que leva o aumento da presença de adrenalina no organismo. A conseqüência é o aumento da freqüência cardíaca e da pressão arterial, podendo chegar ao enfarto.
Há oscilações de Humor: O Crack provoca lesões no cérebro, causando perda de função de neurônios. Isso resulta em deficiências de memória e de concentração, oscilações de humor, baixa resistência às frustrações e dificuldade de ter relacionamentos afetivos. O tratamento permite reverter parte dos danos, mas às vezes o quadro é irreversível.
Juntamente com um prejuízo cognitivo como: dificuldades de compreensão, de memória, de atenção.
Doenças Psiquiátricas também são comuns em razão da ação no cérebro, quadros psiquiátricos mais graves também podem ocorrer como psicoses, paranóias, alucinações e delírios.

No sexo o desejo sexual diminui. Os homens têm dificuldade de ereção. Pela promiscuidade aumenta risco de DST/Aids.
E por fim devido a exposição à violência, os riscos aumentam, sejam pelas dívidas com traficantes, por disputa de ponto de venda, envolvimento com ilícitos penais, e óbitos conexos a doenças respiratórias, circulatórias e desnutrição.

Fonte :

http://proerdpanambi.blogspot.com/2009/09/quais-as-consequencias-do-crack.html

http://www.brasilescola.com/drogas/crack.htm