terça-feira, 24 de novembro de 2009


Consumo de Crack aumenta em brasília:"O tráfico e o consumo das pedras em Brasília chegaram ao ponto de transformar áreas da Ceilândia em cracolândias parecidas às de São Paulo"...

As apreensões de drogas realizadas pela polícia nos últimos três anos revelam uma mudança de cenário na capital do país. Apesar de a maconha, a cocaína e a merla continuarem como as substâncias que mais circulam no Distrito Federal, o crack ganha espaço entre usuários e traficantes a cada mês. O consumo do entorpecente, derivado do pó branco e de alto poder de destruição, se espalha pelas ruas das cidades brasilienses. Pode ser visto a qualquer hora do dia nas áreas mais centrais do Plano Piloto e, mais recentemente, em pelo menos três pontos de Ceilândia.
Dados da Polícia Civil do Distrito Federal mostram o avanço do crack no DF. Houve o recolhimento de 0,5kg da droga em 2007, 4,3kg em 2008 e 2,7 kg entre janeiro e maio deste ano (veja quadro). Só o levantamento dos primeiros cinco meses supera a metade do total apreendido por policiais civis e militares no ano passado. Maconha e cocaína se mantêm na média nos três últimos anos. Mas fica evidente a diminuição da preferência pela merla, outra substância derivada da cocaína e criada em Ceilândia nos anos 1980. O crack vicia ao experimentar.

O tráfico e o consumo das pedras em Brasília chegaram ao ponto de transformar áreas da Ceilândia em cracolândias parecidas às de São Paulo. Nas QNNs 3, 11 e 13, em Ceilândia Norte, a cena de dezenas de jovens a fumar crack se tornou parte da paisagem urbana. O Correio acompanhou a rotina dos grupos na última quinta-feira. O movimento começou no início da tarde e foi até as primeiras horas da manhã do dia seguinte. Às 14h, 18 homens e duas mulheres consumiam a droga livremente. Os frequentadores carregavam o próprio cachimbo. Quem não tinha, improvisava com latinha de alumínio.

Ao lado dos trilhos

Na nova cracolândia brasiliense, usuários e traficantes dividem o mesmo espaço. Enquanto a maioria dos viciados se reúne próximo aos trilhos do Metrô-DF, uma jovem se encarrega de abastecer consumidores em trânsito. A reportagem acompanhou o momento em que a moça de blusa preta e saia verde deixou a porta de uma casa e se aproximou de uma Saveiro para garantir a entrega do entorpecente. Um carro da Polícia Militar passou pelo local no momento do negócio, mas não interrompeu a transação. Logo em seguida, a mesma garota se juntou ao grupo maior.

A movimentação diária no lugar incomoda e atrapalha a vizinhança. Da janela de um apartamento próximo dali, uma moradora se assusta com o que vê todos os dias. Teme que a violência se aproxime da família dela. "É muito complicado morar aqui. De um tempo para cá, quando chegou esse tal de crack, a situação piorou. Estou de mudança para Águas Claras", avisou a dona de casa, de 49 anos. A entrevista acabou interrompida por conta de uma briga na cracolândia. Alguns homens expulsaram outro a pontapés e pauladas.

Além do ponto de drogas perto do trilho do metrô, há pelo menos outros dois parecidos na região. Um deles fica no ginásio poliesportivo de Ceilândia, onde também se abriga Rosália Maria de Jesus, 38. "Eu usei maconha, cocaína e agora uso pedra. Quero sair dessa, mas não consigo", contou a mulher, que abandonou os três filhos por causa do vício. A Polícia Militar reconheceu a dificuldade para o combate ao tráfico nos três locais. "O traficante se mistura ao usuário. Quando a gente pega, tem pouca quantidade", afirmou o comandante do 8ª BPM (Ceilândia), tenente-coronel Adauto Amorim.

Fonte:
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2009/07/27/cidades,i=129847/CONSUMO+DE+CRACK+AVANCA+EM+BRASILIA.shtml

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